21/01/2009

TELEVISÃO – COMO INFLUENCIA A SUA VIDA?



SE ALGUÉM lhe oferecesse um milhão de dólares para deixar de ver televisão pelo resto da vida, você aceitaria? Alguns anos atrás, 1 em cada 4 americanos entrevistados disse que não. Numa outra entrevista, perguntou-se a vários homens o que mais desejavam na vida. Apesar de a maioria ter mencionado que queria paz e felicidade, isso vinha em segundo lugar na lista. O que eles mais queriam era uma televisão de tela grande!


A televisão é muito popular em todo o mundo. Em 1931, quando ela estava no seu início, o presidente da Radio Corporation of America disse: “Quando a televisão atingir seu pleno potencial, podemos razoavelmente esperar que o número de audiência chegue a ser o mesmo da população da Terra.” Essas palavras podem ter parecido irrealistas naquela época, mas atualmente não são. Estima-se que o número de televisores em todo o mundo seja de 1,5 bilhão, e o número de pessoas que vê televisão é muito maior. Opiniões à parte, o fato é que a TV desempenha um papel importante na vida das pessoas.


O tempo que muitos dedicam à TV é surpreendente. Um estudo recente feito no mundo inteiro mostrou que, em média, as pessoas gastam um pouco mais de três horas por dia vendo televisão. Os norte-americanos gastam quatro horas e meia na frente do televisor todos os dias, e os japoneses encabeçam a lista com cinco horas por dia. Essas horas vão se acumulando. Se gastarmos quatro horas por dia vendo televisão, quando chegarmos aos 60 anos teremos gasto dez anos na frente dela. No entanto, nenhum de nós gostaria que se gravasse na nossa lápide: “Aqui jaz nosso amado amigo, que passou um sexto de sua vida vendo televisão.”


As pessoas passam horas na frente da TV, mas será que é porque gostam disso? Não necessariamente. Muitos acham que gastam tempo demais vendo televisão e se sentem culpados por não terem usado seu tempo de forma mais produtiva. Alguns dizem que estão “viciados em TV”. É claro que ninguém fica viciado em TV da mesma maneira que uma pessoa fica viciada em drogas. Ainda assim há semelhanças. Quem é viciado dedica muito tempo à droga que usa. Embora queira reduzir esse tempo ou abandonar o vício, não consegue fazer isso. Sacrifica importantes atividades sociais e familiares para se drogar, e sofre sintomas de abstinência quando pára de tomar drogas. Todos esses sintomas podem ocorrer com pessoas que gastam muito tempo vendo televisão.


“Comer mel demais não é bom”, escreveu o sábio Rei Salomão. (Provérbios 25:27) O mesmo princípio se aplica a ver televisão. Embora ela exiba muitas coisas que vale a pena ver, passar tempo demais na frente da TV pode roubar tempo que poderia ser gasto com a família, prejudicar a leitura e o desempenho escolar das crianças, e é um dos fatores relacionados à obesidade. Se você investe muito tempo vendo televisão, seria bom perguntar a si mesmo o que está lucrando com isso. O nosso tempo é precioso demais para ser desperdiçado. Também seria bom analisar o que vemos na TV.


A TELEVISÃO pode ser uma poderosa ferramenta de ensino. Com ela aprendemos sobre terras e povos que talvez nunca visitemos. Nós “viajamos” para selvas tropicais e para regiões gélidas nos pólos, para picos montanhosos e para as profundezas dos oceanos. Examinamos os mundos intrigantes tanto dos átomos como das estrelas. Vemos as notícias ao vivo, acontecendo do outro lado do globo. Recebemos informações sobre política, História, eventos atuais e cultura. A televisão mostra tanto as tragédias como os sucessos na vida das pessoas. Ela nos diverte, instrui e influencia.


Muitas das coisas que a televisão mostra, porém, não são nem benéficas nem educativas. É bem provável que as críticas mais intensas venham daqueles que são contra a exibição farta e explícita de violência e sexo na TV. Um estudo nos Estados Unidos, por exemplo, descobriu que praticamente 2 de cada 3 programas de TV contêm cenas de violência, numa proporção de cerca de seis por hora. Quando um jovem se tornar adulto, ele já terá assistido a milhares de cenas de atos violentos e assassinatos. Também, programas com teor sexual são freqüentes. Dois terços de todos os programas de TV incluem conversa sobre sexo, e 35% incluem comportamentos sexuais que costumam ser apresentados como inofensivos e espontâneos, além de envolverem pessoas não casadas.*


No mundo inteiro há uma enorme procura por programas que apresentam sexo e violência. Filmes americanos de ação, que mais tarde passam na TV, conseguem entrar com facilidade em mercados internacionais. Eles não precisam necessariamente que os atores representem bem nem de uma história muito inteligente. São fáceis de entender e contam com brigas, mortes, efeitos especiais e sexo para prender a atenção do espectador. No entanto, para manter esse interesse por mais tempo, eles precisam inovar. As pessoas se cansam rapidamente de ver as mesmas coisas; o que é sensacional se torna banal. Para manter a audiência, os produtores chegam a extremos ainda maiores, que visam chocar e estimular as pessoas. Fazem isso por incluir mais cenas de violência e por tornar o conteúdo cada vez mais explícito, sexual e sádico.


DEBATE SOBRE O IMPACTO DA TV


De que maneira os espectadores são afetados pela constante exposição à violência e sexo na TV? Os críticos dizem que a violência na TV faz com que as pessoas ajam de forma agressiva e tenham menos empatia para com as vítimas de violência na vida real. Também afirmam que a exibição de sexo promove a promiscuidade e mina os padrões morais.


Ver TV contribui realmente para que essas coisas aconteçam? Essa questão tem sido tema de intenso debate há décadas; centenas de estudos e milhares de livros e artigos têm tratado do assunto. O ponto central do debate é a dificuldade de provar que uma coisa leva à outra — por exemplo, que a exposição à violência na TV desde a infância leva à agressividade física anos mais tarde. Às vezes, é difícil provar uma relação de causa e efeito. Para ilustrar: imagine que você toma um medicamento pela primeira vez e poucas horas depois começa a sentir irritação na pele. Numa situação dessas, é fácil concluir que o medicamento provocou essa reação alérgica. No entanto, às vezes, uma alergia evolui gradualmente. Quando isso acontece, é muito mais difícil associar a reação alérgica àquele remédio específico visto que as alergias podem ter várias causas.


Da mesma forma, tem sido difícil provar que a violência exibida na televisão leva a crimes e a comportamentos anti-sociais. Mas muitos estudos sugerem que, de fato, há uma relação entre eles. Além disso, alguns criminosos disseram que as suas atitudes e comportamento violento foram influenciados pelo que viram na TV. Por outro lado, as pessoas estão expostas a muitas influências na vida. Videogames violentos, valores sociais de amigos e familiares, condições de vida em geral — todos esses fatores também podem contribuir para comportamentos agressivos.


Portanto, não é de surpreender que haja pontos de vista conflitantes sobre este assunto. Um psicólogo canadense escreveu: “As evidências científicas simplesmente não provam que ver violência faz com que as pessoas se tornem violentas ou insensíveis a ela.” Todavia, a Comissão de Mídia e Sociedade da Associação Americana de Psicologia disse: “Não há absolutamente nenhuma dúvida de que ver muita violência na TV leva a uma maior aceitação de atitudes violentas e ao aumento de comportamentos agressivos.”


A TELEVISÃO E AS CRIANÇAS


“De acordo com a crescente evidência de estudos feitos durante várias décadas, as comunidades científicas e de saúde pública chegaram à conclusão quase unânime de que ver violência na TV é potencialmente prejudicial às crianças.”— Fundação Henry J. Kaiser Family.


“[Concordamos com] a Academia Americana de Pediatria que ‘crianças de dois anos de idade para baixo não deveriam [ver televisão]’. Visto que essas crianças estão passando por um tremendo desenvolvimento cerebral, precisam brincar e interagir com pessoas reais para promover suas capacidades de desenvolvimento e suas habilidades físicas e sociais.” — Instituto Nacional sobre Mídia e Família.


Lembre-se que os especialistas estão debatendo as provas, ou seja, se é possível provar que ver coisas agressivas provoca agressividade. Poucas pessoas, porém, alegariam que a televisão não tem nenhuma influência sobre o nosso modo de pensar ou o nosso comportamento. Pense no seguinte: uma simples fotografia pode fazer com que sintamos raiva, tristeza ou alegria. A música também afeta profundamente as nossas emoções. As palavras, mesmo na página impressa, influenciam nossos pensamentos, sentimentos e ações. Então, imagine o poder que há na combinação habilidosa de imagens, música e de palavras faladas! Não é de admirar que a TV atraia tanto as pessoas. E ela é tão fácil de se obter! Um escritor diz: “Desde que o homem aprendeu a expor suas idéias por escrito . . . nunca houve uma nova técnica de transmissão de idéias que tenha tido um impacto tão forte na civilização como a TV.”


Empresas gastam bilhões de dólares em propaganda cada ano porque sabem que o público é influenciado pelo que vê e ouve. Os empresários não gastam todo esse dinheiro pensando que talvez dê certo. Eles sabem que vai dar certo. A propaganda vende seus produtos. Em 2004, a empresa Coca-Cola gastou 2,2 bilhões de dólares em anúncios publicitários impressos, no rádio e na televisão, no mundo inteiro. Valeu a pena esse investimento? A empresa faturou cerca de 22 bilhões de dólares só naquele ano. Os publicitários sabem que uma propaganda isolada talvez não influencie o público. Por isso, eles contam com o impacto cumulativo de vários anos de doutrinação.


Se anúncios publicitários de 30 segundos influenciam nossas atitudes e nosso comportamento, podemos ter certeza de que ver TV durante horas também vai nos afetar. “Por trás do entretenimento mais rotineiro ou trivial”, diz o autor deTelevision—An International History(História Internacional da Televisão), “o meio de comunicação trabalha como se fosse um sutil instrutor”. O livro A Pictorial History of Television (História Ilustrada da Televisão) diz: “A televisão está mudando o modo comopensamos.” A pergunta que devemos fazer a nós mesmos é: ‘Será que aquilo que vejo na TV afeta meu modo de pensar da maneira que eu quero?’


Se o seu médico receitasse um remédio forte, é provável que você analisasse os benefícios e os riscos envolvidos. Tomar o medicamento errado — ou até tomar o medicamento certo, mas em excesso — pode prejudicar a sua saúde. O mesmo pode ser dito em relação à TV. Assim, é sensato pensar seriamente sobre o que vemos na televisão.


“A televisão é uma invenção que permite que você se divirta na sua sala com pessoas que não convidaria para entrar em sua casa.”— David Frost, apresentador britânico



PROGRAME O QUE VAI VER NA TV.


É claro que há muitos bons programas que vale a pena ver. Em vez de ficar mudando de canal o tempo todo ou vendo qualquer coisa que estiver passando, consulte a programação antecipadamente e selecione os programas que deseja ver. Ligue a TV na hora em que o programa escolhido começar e desligue-a quando ele acabar. Ou, então, em vez de assistir ao programa na hora em que for transmitido, você pode gravá-lo para ver depois. Isso permitirá assistir ao programa numa hora mais conveniente e poderá também passar os comerciais para a frente.



Publicada em Despertai de outubro de 2006

20/01/2009

UM FUTURO MELHOR?


O futuro é um assunto que fascina muito as pessoas. Quem de nós não gostaria de saber o que estará fazendo no mês que vem, no ano que vem ou até na próxima década? Indo mais além, como será o mundo daqui a 10, 20 ou 30 anos?


VOCÊ é otimista em relação ao futuro? Milhões de pessoas são. Elas podem ser divididas em dois grupos: as que afirmam ter base sólida para acreditar que as coisas vão melhorar, e as que são otimistas simplesmente porque as opções são negativas demais para serem levadas em conta.

É claro que há algumas pessoas que não vêem nada de bom no horizonte. Entre elas estão os profetas do apocalipse, que parecem ter prazer em anunciar uma destruição apocalíptica do planeta Terra. No seu conceito sobre o futuro haverá poucos sobreviventes, se é que alguém sobreviverá.

Mas como você imagina o futuro? Prevê calamidade e desespero ou paz e segurança? Se o seu conceito é o positivo, em que se baseia sua esperança? Mera ilusão ou provas sólidas?

Para onde este mundo está indo?

OTIMISMO VERSUS REALIDADE

Em setembro de 2000, os Estados membros das Nações Unidas estabeleceram unanimemente uma série de objetivos a serem alcançados em 2015. Alguns deles são:

Reduzir pela metade a proporção das pessoas que vivem com menos de um dólar por dia e das que sofrem por causa da fome.

Garantir que todas as crianças terminem o ensino fundamental.

Eliminar a desigualdade entre os sexos em todos os níveis de educação.

Reduzir em dois terços a taxa de mortalidade entre crianças com menos de cinco anos.

Reduzir em 75% a taxa de mortalidade materna.

Conter e começar a diminuir a disseminação de HIV/Aids e a incidência de outras doenças sérias, como a malária.

Reduzir pela metade a proporção de pessoas que não têm acesso a água potável.

É possível alcançar esses objetivos? Após reavaliar o assunto em 2004, um grupo de autoridades de saúde do mundo inteiro concluiu que o otimismo deve ser equilibrado, tendo em conta que os resultados esperados não refletem a realidade. O prefácio do livro Estado do Mundo 2005 diz: “A pobreza continua a minar o avanço em muitas áreas. Doenças como HIV/Aids estão aumentando, criando bombas-relógio na saúde pública em inúmeros países. Nos últimos cinco anos, cerca de 20 milhões de crianças morreram de doenças veiculadas pela água que poderiam ter sido evitadas, enquanto centenas de milhões de pessoas continuam a conviver diariamente com a aflição e a sujeira associadas à falta de água potável e saneamento básico.”

Um “mapa” para nos orientar

As pessoas não param de especular sobre o futuro, mas às vezes sua perspectiva é mais idealista do que realista. Onde podemos encontrar uma perspectiva confiável do que está à frente?

Considere a seguinte ilustração: Imagine que você está viajando de ônibus num país estrangeiro. Visto que você não conhece bem a região, começa a ficar inquieto. Talvez se pergunte: ‘Exatamente onde eu estou? Esse ônibus está mesmo indo na direção certa? Quanto falta para chegar ao destino?’ Você pode encontrar respostas a essas perguntas por consultar um mapa exato e, olhando pela janela, observar as placas.

A situação é similar para muitos que hoje ficam ansiosos ao pensar no futuro. ‘Em que direção estamos indo?’, se perguntam. ‘Estamos mesmo a caminho da paz global? Se estivermos, quando a alcançaremos?’ A Bíblia é como um mapa que pode nos ajudar a responder a essas perguntas. Podemos saber muito sobre nossa localização e para onde estamos indo por ler a Bíblia cuidadosamente e por olhar pela “janela”, ou seja, observar o que está acontecendo no mundo. Mas primeiro precisamos analisar como nossos problemas começaram.

Quando analisamos a nossa origem e a condição lamentável em que nos encontramos, o futuro pode parecer obscuro. Mas a Bíblia nos garante que Deus não vai permitir que essas condições continuem indefinidamente. Seu propósito original para com a humanidade vai se realizar. (Isaías 55:10, 11) Como podemos ter certeza de que isso ocorrerá em breve?

Provavelmente você concorda que um livro informativo e interessante é de grande valor. A Bíblia é um livro assim. Nele você encontra cativantes historias reais que destacam elevados valores morais. Encontra também ilustrações vívidas de verdades importantes. Um de seus escritores, famoso por sua sabedoria, disse que procurou achar palavras corretas e verdadeiras – Eclesiastes 12:10.

O livro que chamamos de “Bíblia” é, na verdade, uma coleção de 66 livros menores escritos num espaço de mais de 1.500 anos. Moisés escreveu os primeiros cinco livros, começando com Gênesis, e João o apóstolo de Jesus, foi o ultimo escritor bíblico. Ele escreveu um relato da vida de Jesus (O Evangelho de João), além de cartas mais breves e o livro de Apocalipse (ou Revelação), que aparece como último livro na maioria das Bíblias.

Durante os 1.500 anos desde Moisés até João, umas 40 pessoas participaram na escrita da Bíblia. Eram Homens sinceros e devotos, interessados em ajudar outros a aprender sobre o Criador. Ela esclarece também porque existe tanta perversidade no mundo e como será eliminada.

Provavelmente você sabe que muitos desprezam a Bíblia, considerando-a um livro antigo de sabedoria Humana. Contudo, milhões de pessoas estão convictas de que seu verdadeiro Autor é Deus, que Ele guiou os pensamentos de seus escritores.

Como se pode saber se aquilo que os escritores bíblicos escreveram realmente vem de Deus?

Bem, há diversas linhas de evidencia convergentes que podem ser consideradas, uma delas são as predições cumpridas e os achados arqueológicos relacionados. Muitos fizeram isso e concluíram que a Bíblia é mais do que um mero livro Humano e que a sua fonte é sobre-Humana. Ilustremos isso com uma única linha de evidencia. Ao fazermos isso, podemos aprender mais acerca do Criador do Universo, a fonte da vida Humana.


14/01/2009

ALMA = CONCEITOS DIFERENTES

As conotações que o termo "alma" geralmente transmite à mente da maioria das pessoas provêm primariamente, não do uso dos escritores bíblicos, mas da antiga filosofia grega. Os antigos escritores gregos aplicavam psy.khé de vários modos, e não eram coerentes, suas filosofias pessoais e religiosas influenciando seu uso do termo. Segundo os léxicos grego-inglês, fornecem definições tais como "o Eu consciente" ou "ser vivente (humano ou animal)". Até mesmo em obras gregas não-bíblicas, o termo era usado para animais. O termo hebraico para alma é né.fesh. Num sentido literal, exprime a idéia de um "ser que respira" e cuja vida é sustentada pelo sangue.

Os termos das línguas originais (hebraico: né·fesh; grego: psy·khé), segundo usados nas Escrituras, mostram que a “alma” é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal usufrui. Né·fesh evidentemente provém duma raiz que significa ‘respirar’ em um sentido literal, né·fesh poderia ser traduzido como alguém que respira a substancia respiradora que torna o homem e o animal seres viventes Gn 1.20 a alma estritamente distinta da noção grega de alma, cuja sede é o sangue. Deuteronômio 12.23 . Alma = ser vivente, indivíduo, pessoa.

As conotações que a palavra portuguesa “alma” geralmente transmite à mente da maioria das pessoas não estão de acordo com o significado das palavras hebraica e grega usadas pelos inspirados escritores bíblicos.

A Bíblia não diz que temos uma alma. ‘“Ne.fesh’ é a própria pessoa, sua necessidade de alimento, o próprio sangue nas suas veias, seu ser.” — The New York Times, 12 de outubro de 1962.

Qual é a origem do ensino de que a alma humana é invisível e imortal?

A dificuldade reside em que os significados popularmente atribuídos à palavra portuguesa “alma” provêm primariamente, não das Escrituras Hebraicas ou das Gregas Cristãs, mas da antiga filosofia grega, na realidade, do pensamento religioso pagão. Platão, o filósofo grego, por exemplo, cita Sócrates como dizendo: “A alma. . . se ela partir pura, não arrastando consigo nada do corpo, . . . parte para o que é como ela mesma, para o invisível, divino, imortal e sábio, e quando chega ali, ela é feliz, liberta do erro, e da tolice, e do medo . . . e de todos os outros males humanos, e . . . vive em verdade por todo o porvir com os deuses.” — Phaedo (Fédon), 80, D, E; 81, A.

Em contraste direto com o ensino grego sobre a psy·khé (alma) como imaterial, intangível, invisível e imortal, as Escrituras mostram que tanto psy·khé como né·fesh, conforme usadas com referência a criaturas terrestres, referem-se àquilo que é material, tangível, visível e mortal.

A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) diz: “Nepes [né·fesh] é um termo de muito maior extensão do que nossa ‘alma’, significando vida (Êx 21.23; Dt 19.21) e suas várias manifestações vitais: respiração (Gn 35.18; Jó 41.13[21] ), sangue [Gn 9.4; Dt 12.23; Sl 140(141).8 ], desejo (2 Sm 3.21; Pr 23.2). A alma no A[ntigo] T[estamento] significa, não uma parte do homem, mas o homem inteiro — o homem como ser vivente. Similarmente, no N[ovo] T[estamento] significa vida humana: a vida duma entidade individual, consciente (Mt 2.20; 6.25; Lu 12.22-23; 14.26; Jo 10.11, 15, 17; 13.37).” — 1967, Vol. XIII, p. 467.

A tradução católica romana, The New American Bible (A Nova Bíblia Americana), em seu “Glossário de Termos de Teologia Bíblica” (pp. 27, 28), diz: “No Novo Testamento, ‘salvar a alma’ (Mr 8:35) não significa salvar alguma parte ‘espiritual’ do homem, em contraste com o seu ‘corpo’ (no sentido platônico), mas a inteira pessoa, com ênfase no fato de que a pessoa está viva, desejando, amando e querendo, etc., em adição a ser concreta e física.” — Edição publicada por P. J. Kenedy & Sons, Nova Iorque, 1970.

Né·fesh evidentemente provém duma raiz que significa “respirar”, e, num sentido literal, né·fesh poderia ser traduzido como “alguém que respira”. O Lexicon in Veteris Testamenti Libros (Léxico dos Livros do Velho Testamento; Leiden, 1958, p. 627), de Koehler e Baumgartner, a define como segue: “a substância respiradora, que torna o homem e o animal seres viventes Gn 1,20 , a alma (estritamente distinta da noção grega da alma), cuja sede é o sangue Gn 9,4ss Lv 17,11 Dt 12,23 : (249 X) . . . alma = ser vivente, indivíduo, pessoa.”

Quanto à palavra grega psy·khé, os léxicos grego-inglês fornecem definições tais como “vida” e “o eu consciente ou personalidade como centro de emoções, desejos e afeições”, “um ser vivente”, e mostram que até mesmo em obras gregas não-bíblicas o termo era usado “para animais”. Naturalmente, essas fontes, que lidam primariamente com os escritos gregos clássicos, incluem todos os significados que os filósofos gregos, pagãos, davam à palavra, inclusive o de “espírito que partiu”, “a alma imaterial e imortal”, “o espírito do universo” e “o princípio imaterial do movimento e da vida”. Evidentemente, porque alguns dos filósofos pagãos ensinavam que a alma emergia do corpo na morte, o termo psy·khé também era aplicado à “borboleta ou mariposa”, criaturas estas que passam por uma metamorfose, transformando-se de lagarta em criatura alada. — Greek-English Lexicon (Léxico Grego-Inglês) de Liddell e Scott, revisado por H. Jones, 1968, pp. 2026, 2027; New Greek and English Lexicon (Novo Léxico Grego e Inglês) de Donnegan, 1836, p. 1404.

Os antigos escritores gregos aplicavam psy·khé de vários modos, e não eram coerentes, suas filosofias pessoais e religiosas influenciando seu uso do termo. Sobre Platão, a cuja filosofia pode ser atribuída às idéias comuns sobre a palavra portuguesa “alma” (como geralmente se reconhece), declara-se: “Ao passo que às vezes ele fala de uma das [supostas] três partes da alma, a ‘inteligível’, como necessariamente imortal, ao passo que as outras duas partes são mortais, ele também fala como se houvesse duas almas em um só corpo, uma imortal e divina, e a outra mortal.” — The Evangelical Quarterly (Publicação Trimestral Evangélica), Londres, 1931, Vol. III, p. 121: “Idéias Sobre a Teoria Tripartida da Natureza Humana”, de A. McCaig.

Em vista de tal incoerência dos escritos não-bíblicos, é essencial deixar que as Escrituras falem por si, mostrando o que os escritores inspirados queriam dizer ao usarem o termo psy·khé, bem como né·fesh.

Né·fesh ocorre 754 vezes no texto massorético das Escrituras Hebraicas, ao passo que psy·khé aparece sozinha 102 vezes no texto de Westcott e Hort das Escrituras Gregas Cristãs, perfazendo um total de 856 ocorrências. Esta freqüência de ocorrências torna possível um conceito claro do sentido que tais termos transmitiam à mente dos inspirados escritores bíblicos e o sentido que seus escritos devem transmitir à nossa mente. Um exame mostra que, embora o sentido destes termos seja amplo, com diferentes matizes de significado, entre os escritores bíblicos não havia nenhuma incoerência, confusão ou desarmonia quanto à natureza do homem, tal como a existente entre os filósofos gregos do chamado Período Clássico.

Segundo o conceito católico, a alma é criada por Deus e implantada no corpo por ocasião da concepção. Esta doutrina, é um dos fundamentos da filosofia e teologia cristãs. Mas, a aceitação de filosofias gregas significava que abandonava o conceito expresso em Génesis 2:7 de que "o homem veio a ser [e não ter] uma alma vivente." Segundo a Enciclopédia Judaica, "a crença na imortalidade da alma chegou aos judeus através do contacto com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão (427-347 a.C.), seu principal expoente". Apartir de meados do 2.° Século d.C., os primitivos filósofos cristãos adotaram o conceito grego da imortalidade da alma.

Na doutrina espiritualista, o ser humano é um espírito preso temporariamente num corpo material. A este estado temporário, é denominado de alma.

Na Teosofia, a alma é associada ao 5º princípio do Homem, Manas, a Alma Humana ou Mente Divina. Manas é o elo entre o espírito (a díade Atman-Budhi) e a matéria (os princípios inferiores do Homem).

Assim, a constituição sétupla do Homem, aceita na Teosofia, adapta-se facilmente a um sistema com três elementos: Espírito, alma e corpo. Sendo a alma o elo entre o Espírito e o corpo.

 

Ciência moderna

 

De uma forma geral, a ciência moderna estuda o homem sem fazer referências a uma alma imaterial, uma vez que, se existe, não pode ser observada nem medida. Apesar disso, alguns cientistas têm tentado encontrar evidências da existência e da natureza da alma humana. Muitas das pesquisas científicas nesse assunto vão em direção das experiências de quase-morte, porém até o momento não existem provas conclusivas de que realmente os pacientes saíram do próprio corpo ou se sofreram de alucinações. Há também alguns cientistas como Ian Stevenson e Brian Weiss que conduziram estudos de caso sobre crianças narrando experiências anteriores ao nascimento, e que poderiam sugerir uma possibilidade de reencarnação (portanto, existência da alma), embora não tenham demonstrado o processo pelo qual isto poderia ocorrer.

 

História evolutiva do conceito

 

Chegou a uma altura na história da humanidade em que o Homem começou verdadeiramente a assumir a existência de uma alma.

A Alma sempre foi motivo de controvérsia entre as diferentes denominações religiosas e crenças, mesmo porque nunca foi totalmente compreendida, explicada ou observada. Antes que o homem concluísse que a possibilidade de uma alma em evolução em conjunto com a mente de um indivíduo e com a paternidade de um espírito divino, julgou-se que ela residia em diferentes órgãos físicos – nos olhos, no fígado, nos rins, no coração e, posteriormente, no cérebro. Os selvagens associavam a alma ao sangue, à respiração, às sombras e aos reflexos do seu eu na água.

Mais tarde os hindus conceberam o atman. Os mestres hindus realmente aproximaram-se duma avaliação da natureza e da presença de um espírito, mas houve uma falha provável quando não distinguiram a co-presença da alma em evolução, potencialmente imortal.

Os chineses, contudo, reconheceram dois aspectos num ser humano, o yang e o yin, a alma e o espírito.

Os egípcios e muitas tribos africanas também acreditavam em dois factores, o ka e o ba; e não acreditavam geralmente que a alma fosse preexistente, apenas o espírito. Os antigos habitantes das terras que circundavam o vale do Nilo acreditavam que todo indivíduo favorecido tinha recebido à nascença, ou pouco depois, um espírito protetor a que chamavam ka. Eles ensinavam que esse espírito guardião permanecia com o sujeito mortal ao longo da vida e que passava, antes dele, para o estado futuro. Nas paredes de um templo em Luxor, onde está ilustrado o nascimento de Amenhotep III, o pequeno príncipe está retratado nos braços do deus do Nilo e, próximo a ele, está uma outra criança, idêntica ao príncipe na aparência, que é o símbolo daquela entidade a que os egípcios chamavam ka. Essa escultura foi terminada no décimo quinto século antes de Cristo. Julgava-se que o ka era um génio de espírito superior, que desejava guiar o mortal ligado a ele em caminhos melhores na vida temporal; porém, mais especialmente, ele desejava influenciar a sorte do sujeito humano na próxima vida. Quando um egípcio desse período morria, era esperado que o seu ka estivesse aguardando por ele do outro lado do Grande Rio. A princípio, supunha-se que apenas os reis tivessem kas, mas afinal, acreditou-se que todos os homens rectos possuíam-nos.

Toda esta rica ideologia cresceu, fomentando as raízes que derivaram posteriormente nos conceitos atuais da alma, base de muitas religiões cujos seguidores acreditam possuir almas, ou serem acompanhados por elas e mesmo até serem eles próprios as almas.

12/01/2009

O QUE OS BEBÊS PRECISAM


O BEBÊ já nasce num mundo frio e hostil, cheio de tensão. Embora não consiga expressar verbalmente seus sentimentos, alguns cientistas acreditam que, mesmo antes do nascimento, o feto está consciente do que se passa à sua volta.

O livro The Secret Life of the Unborn Child (A Vida Secreta da Criança por Nascer) comenta: “Sabemos agora que o feto é um ser humano consciente e reagente, cuja vida emocional ativa começa a partir do sexto mês (talvez até antes).” É bem provável que o bebê não se lembre, mas alguns cientistas acreditam que a estressante experiência do nascimento afeta sua vida futura.

Depois do nascimento, a tensão continua. Fora do útero da mãe, o bebê não é mais alimentado automaticamente. O “tubo” que transportava oxigênio e nutrientes não existe mais. Para sobreviver, o próprio bebê tem de começar a respirar e a ingerir nutrientes. Além disso, precisa de alguém que o alimente e cuide de outras necessidades físicas.

O recém-nascido precisa também se desenvolver mental, emocional e espiritualmente. Portanto, alguém precisa cuidar desse pequeno ser. Quem é que tem as melhores condições de fazer isso? Do que o bebê mais precisa? Como essas necessidades podem ser satisfeitas da melhor maneira? Os artigos seguintes responderão a essas perguntas.

DESDE o nascimento, o recém-nascido precisa de cuidados amorosos, o que inclui afagos e o contato pele com pele. Alguns médicos acreditam que as primeiras 12 horas de vida são fundamentais. Comentam que, logo após o parto, o que a mãe e o bebê mais precisam e querem “não é dormir nem comer, mas receber carinho e abraços, e se olhar e escutar um ao outro”.

Instintivamente, os pais seguram o bebê no colo, abraçam, afagam e acalentam-no. O bebê, por sua vez, sente-se confiante e achegado a seus pais, e reage à atenção recebida. O poder desse vínculo é tão forte que os pais farão quaisquer sacrifícios para cuidar do bebê ininterruptamente, se for preciso.

Por outro lado, sem o amoroso vínculo com os pais, o bebê pode literalmente definhar e morrer. Portanto, alguns médicos acham importante que, após o parto, o recém-nascido seja entregue imediatamente à mãe e fique com ela de 30 a 60 minutos, pelo menos.

Apesar de ser considerado extremamente necessário logo após o parto, alguns hospitais não facilitam o vínculo afetivo imediato entre mãe e bebê, tornando-o às vezes difícil ou quase impossível. É comum acontecer de bebês serem separados da mãe por causa do perigo de contaminação com infecções. Há indícios, porém, de que a taxa de infecções letais pode na verdade cair quando o bebê fica com a mãe. É por isso que cada vez mais hospitais estão se convencendo da necessidade de haver contato prolongado entre mãe e bebê, logo após o parto.

Preocupações com o vínculo afetivo

Algumas mães não se sentem emocionalmente apegadas ao bebê logo na primeira vez que o vêem. Por isso, elas talvez se perguntem se terão problemas em criar o vínculo afetivo. Há realmente casos de mães que não sentiram amor à primeira vista por seus filhos. Mas não há razão para se preocupar.

Mesmo quando a afeição maternal chega um pouco depois, ainda assim é possível desenvolvê-la plenamente mais tarde. “Não acontece nada durante o parto que determine se você vai ser bem-sucedida ou vai fracassar no relacionamento com seu filho”, observa uma mãe experiente. Mesmo assim, se você estiver grávida e está apreensiva, seria recomendável conversar antecipadamente com seu obstetra. Seja objetiva ao falar sobre quando e quanto tempo quer ficar com seu bebê no processo do vínculo afetivo, após o parto.

“Conversa comigo!”

Parece haver certos períodos em que bebês e crianças pequenas estão especialmente receptivos a estímulos específicos. Depois de algum tempo, esses períodos se encerram. Por exemplo, o cérebro infantil domina um idioma com facilidade, até mais que um, mas parece que o período mais propício para o aprendizado de idiomas é até os cinco anos de idade.

A partir da puberdade — que pode variar dos 12 a 14 anos —, aprender um idioma pode ser uma tarefa muito desafiadora. Segundo o neurologista pediátrico Peter Huttenlocher, isso acontece porque a partir dessa faixa etária “diminui a densidade e o número de sinapses nas áreas lingüísticas do cérebro”. Fica claro, então, que os primeiros anos de vida são fundamentais para se adquirir habilidades lingüísticas!

Como as crianças pequenas conseguem a façanha de aprender a falar, tão importante para seu desenvolvimento cognitivo? Em primeiro lugar, quando interagem verbalmente com os pais. As crianças reagem em especial a estímulos provenientes de humanos. “O bebê . . . imita a voz da mãe”, observa Barry Arons, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA. É interessante que os bebês, no entanto, não imitam todos os sons. Segundo Arons, o bebê “não assimila o rangido do berço, que ocorreu simultaneamente com a fala da mãe”.

Pais com diferentes formações culturais falam com seus bebês usando o mesmo estilo melodioso, que alguns chamam de “mamanhês”. Quando os pais falam de maneira amorosa, a freqüência cardíaca da criança aumenta. Acredita-se que isso contribua para acelerar a correlação entre as palavras e os objetos que representam. Sem dizer uma palavra, o bebê está transmitindo o seguinte: “Conversa comigo!”

“Olha para mim!”

Já ficou comprovado que no primeiro ano o bebê apega-se emocionalmente ao adulto que cuida dele, geralmente a mãe. Na verdade, o bebê, cujo vínculo afetivo está bem estabelecido, se relaciona melhor com outros do que os bebês que ainda não se sentem seguros em seu vínculo afetivo com os pais. Acredita-se que esse vínculo com a mãe tem de estar estabelecido quando a criança atinge três anos de idade.

O que pode acontecer caso um bebê seja ignorado no período em que o cérebro está mais receptivo a influências externas? Martha Farrell Erickson, que acompanhou o caso de 267 mães e seus filhos por mais de 20 anos, deu sua opinião a respeito disso: “A negligência vagarosa e persistente corrói o entusiasmo e a energia da criança a ponto de deixá-la com pouquíssima vontade de interagir com outros ou de explorar o mundo.”

Para ilustrar seu conceito sobre as sérias conseqüências da negligência emocional, o Dr. Bruce Perry, do Hospital Infantil do Texas, comenta: “Se você me pedisse para pegar um bebê de seis meses e escolher entre quebrar todos os seus ossos e ignorá-lo emocionalmente durante dois meses, diria que o bebê estaria em melhores condições se todos os seus ossos fossem quebrados.” Por quê? Na opinião do Dr. Perry, “os ossos podem colar outra vez, mas se uma criança não tiver o adequado estímulo mental por dois meses, isso causará desorganização cerebral permanente”. Nem todos concordam que essa lesão é irreparável. Mesmo assim, estudos científicos indicam que ambientes onde o estímulo emocional é favorecido contribuem muito para o desenvolvimento cerebral da criança.

“Em suma”, diz o livro Infants (Bebês), “[eles] estão preparados para amar e ser amados”. Quando uma criancinha chora, na verdade está quase sempre implorando a seus pais: “Olha para mim!” É importante que os pais a atendam de maneira carinhosa. Por meio dessa interatividade, o bebê torna-se consciente de que é capaz de transmitir suas necessidades a outros. Ele está aprendendo a se relacionar com outras pessoas.


‘Será que não vou mimá-lo desse jeito?’

“E se eu atendê-lo toda vez que ele chorar, não vou mimá-lo desse jeito?”, você pode se perguntar. Talvez. As opiniões são muito divergentes nesse sentido. Visto que cada criança tem características únicas, os pais geralmente têm de descobrir que tática funciona melhor. No entanto, algumas pesquisas recentes indicam que, quando o recém-nascido está com fome, sente-se incomodado ou está agitado, o sistema nervoso simpático libera hormônios do estresse. Daí, ele externa sua aflição por meio do choro. Comenta-se que, quando o pai ou a mãe o atende e supre suas necessidades, o adulto dá início à formação de redes de células no cérebro do bebê que o ajudam a aprender a se acalmar. Além disso, segundo a Dra. Megan Gunnar, o bebê que foi atendido de maneira cuidadosa produz menos cortisol — hormônio de estresse. E mesmo quando fica aflito, ele interrompe mais cedo a reação de estresse.

“De fato”, comenta Erickson, “os bebês que foram atendidos mais rápida e consistentemente, em especial durante os primeiros 6 a 8 meses, na verdade choram menos que os bebês que foram deixados sem atendimento”. É importante também diversificar a maneira de atender o bebê. Se você o fizer sempre da mesma forma, talvez amamentando-o ou pegando no colo, ele pode ficar realmente mimado. Às vezes ele pára de chorar só de escutar a sua voz. Ou então, aproximar-se dele e falar algo em voz baixa perto do ouvido pode ser suficiente. Ainda outra opção é tocá-lo nas costas ou na barriga.

“O dever do bebê é chorar.” Assim diz um ditado no Oriente. Para o bebê, chorar é a melhor maneira de expressar o que ele quer. Como você se sentiria caso fosse ignorado toda vez que solicitasse alguma coisa? Então, como deve se sentir seu bebê, que fica indefeso sem um cuidador, se for desprezado toda vez que implora sua atenção? Quem, no entanto, deve atender a esse apelo?

Quem é que cuida do bebê?

Há algum tempo, um censo realizado nos Estados Unidos revelou que 54% das crianças até 8 ou 9 anos recebem algum tipo de cuidado constante de outras pessoas que não são seus pais. Em muitos casos, tanto o pai como a mãe têm de trabalhar para conseguir pagar as despesas mensais do lar. Muitas mães tiram a licença-maternidade, quando possível, a fim de cuidar do recém-nascido por algumas semanas ou meses. Mas quem vai cuidar do bebê depois disso?

É claro que não há regras rigorosas que orientam essas decisões. Mas é bom lembrar que a criança ainda está vulnerável durante esse período crucial da vida. Tanto o pai como a mãe devem analisar esse assunto seriamente. Na hora de decidir o que fazer, eles precisam analisar com cuidado todas as opções.

“Está ficando cada vez mais claro que deixar até mesmo o melhor dos centros educacionais infantis cuidar dos filhos não substitui o tempo que eles precisam passar com a mãe e com o pai”, comenta o Dr. Joseph Zanga, da Academia Americana de Pediatria. Alguns especialistas se mostram preocupados com o fato de que bebês deixados em creches acabam não recebendo atenção do cuidador na medida necessária.

Algumas mães que trabalhavam fora, conscientes das necessidades fundamentais da criança, decidiram ficar em casa em vez de deixar que outras pessoas cuidassem das necessidades emocionais dos filhos. Certa mulher afirmou: “Fui agraciada com uma alegria que honestamente acredito não ser possível achar em nenhum emprego.” Naturalmente, a situação econômica nem sempre permite que as mães tomem decisões como essa. Muitos pais não têm outra escolha a não ser apelar para as instituições de cuidados infantis, enquanto fazem o máximo para suprir os filhos, quando estão juntos, da atenção e do carinho necessários. Ao mesmo tempo, há vários casos em que o pai ou a mãe sem cônjuge, com poucas opções nesse aspecto, fazem um esforço considerável na criação dos filhos e com excelentes resultados.

Ser pai ou mãe pode ser uma tarefa que dá muita alegria e é cheia de emoções. Ainda assim, é desafiadora e exige muito dos pais.

Como ser bem sucedido nesta tarefa?

07/01/2009

NEGLIGENCIADOS, MALTRATADOS, E IDOSOS


AO FAZER a ronda, o vigia noturno não estava preparado para a cena horripilante que o aguardava. Logo ali, do lado de fora de um conjunto residencial de luxo, ele se deparou com dois corpos sem vida: um casal de idosos que tinha pulado da janela do seu apartamento no oitavo andar. Por mais chocante que tenha sido esse suicídio, o motivo de terem feito isso era ainda mais chocante. Um bilhete encontrado no bolso do marido dizia: “Estamos pondo fim às nossas vidas por causa dos constantes abusos e maus-tratos que sofremos às mãos de nosso filho e de nossa nora.”

Os detalhes desse episódio podem ser incomuns, mas a questão por trás dele é tão comum que se tornou motivo de preocupação. De fato, maltratar idosos é um problema que contaminou praticamente o mundo inteiro. Considere o seguinte:

§ Em certo estudo, 4% dos idosos canadenses relataram ter sido maltratados ou explorados — geralmente por um membro da família. No entanto, muitos idosos sentem-se envergonhados ou temerosos demais para falar sobre essa situação lastimável. O número real pode chegar perto dos 10%, dizem os pesquisadores.

§ “A Índia, por trás de uma fachada de fortes vínculos familiares, está se desmoronando sob um número crescente de idosos rejeitados pelos filhos”, relata a revista India Today.

§ De acordo com as melhores estimativas disponíveis, “de um milhão a dois milhões de americanos com 65 anos ou mais foram feridos, explorados ou, de outra forma, maltratados por alguém de quem dependiam para receber cuidado e proteção”, diz o Centro Nacional contra o Abuso de Idosos. Um promotor público adjunto em San Diego, Califórnia, declara que o abuso de idosos é “uma das questões mais sérias com que se confrontam os órgãos de repressão ao crime hoje em dia”. Ele diz ainda: “Vejo o problema aumentando nos próximos anos.”

§ Em Canterbury, Nova Zelândia, aumenta a preocupação de que os idosos estejam sendo explorados pelos familiares — principalmente pelos parentes que têm problemas com drogas, álcool e jogatina. Em Canterbury, o número registrado de maus-tratos aos idosos aumentou drasticamente de 65, em 2002, para 107, em 2003. O diretor-executivo de uma agência especializada em impedir tais abusos diz que esse número talvez represente apenas a “ponta do iceberg”.

§ A Ordem dos Advogados do Japão advertiu que “os idosos vítimas de maus-tratos precisam receber ainda mais atenção do que as crianças vítimas de abuso ou do que as vítimas de outro tipo de violência doméstica”, noticia o jornal The Japan Times. Por quê? Um dos motivos, diz o Times, é que, “em comparação com o abuso de crianças e de mulheres, os abusos contra idosos tendem a demorar mais a vir à tona, em parte porque os idosos acham que a culpa é deles quando a violência é infligida pelos filhos, e também porque os governos e as autoridades locais, até o momento, não conseguiram lidar com esse problema”.

Essa pequena amostra do que está acontecendo no mundo todo nos faz perguntar: Por que tantos idosos são desprezados e maltratados? Existe alguma esperança de que as coisas vão melhorar? Que consolo há para os idosos?

Deus se preocupa com os idosos

NÃO é de surpreender que o problema dos maus-tratos aos idosos tenha se espalhado tanto hoje em dia. A Bíblia predisse há muito tempo que, durante “os últimos dias” deste sistema ímpio, as pessoas seriam ‘amantes de si mesmas, . . . sem afeição natural’. (2 Timóteo 3:1-3) A palavra grega traduzida “afeição natural” pode incluir o amor que normalmente existe no círculo familiar. Assim como a Bíblia predisse, esse tipo de afeição está visivelmente em falta hoje em dia.

Em nítido contraste com as pessoas que maltratam os idosos, Jeová Deus preza muito os que estão com idade avançada e se preocupa com eles. Veja como a Bíblia mostra isso.

Não é de surpreender que o respeito pelas pessoas de mais idade fosse parte fundamental da Lei que Jeová deu a Israel. Os israelitas receberam a seguinte ordem: “Deves levantar-te diante do cabelo grisalho e tens de mostrar consideração para com a pessoa dum homem idoso, e tens de ter temor de teu Deus. Eu sou Jeová.” (Levítico 19:32) Assim, no antigo Israel, o respeito que a pessoa demonstrava pelos idosos afetava sua própria relação com Jeová Deus. Uma pessoa que maltratasse os idosos não podia dizer que amava a Deus.

Por isso, não basta simplesmente deixarmos de maltratar os idosos. Devemos também mostrar interesse ativo neles, fazendo coisas para seu benefício.

A Bíblia mostra que os problemas da idade avançada não era o que Deus tinha em mente para a humanidade. Foi só depois que nossos primeiros pais, o primeiro homem e a primeira mulher, se rebelaram contra seu Criador que os efeitos debilitantes do envelhecimento se tornaram parte da vida dos humanos. (Gênesis 3:17-19; Romanos 5:12) Isso não continuará para sempre.

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